ABSTRACT
O objetivo deste estudo foi caracterizar as afecções ortopédicas dos membros pélvicos em cães atendidos no Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, UNESP Botucatu (São Paulo - Brasil), durante um período de 7 anos. De um total de 889 animais avaliados, 31,9 por cento apresentaram fraturas dos ossos longos, 15,1 por cento displasia coxofemoral, 13 por cento luxação de patela, 11,7 por cento ruptura do ligamento cruzado cranial, 11,5 por cento fraturas da pélvis e 7,9 por cento luxação coxofemoral. As doenças com menor prevalência (4,4 por cento, n=39) foram as luxações tíbio-társica e tarso-metatarsiana, a necrose asséptica da cabeça do fêmur, a osteomielite e os tumores ósseos, entre outras. As fraturas de tíbia/fíbula (14,5 por cento) foram mais comuns que as do fêmur (14,2 por cento,), sendo os machos (54,2 por cento) mais afetados que as fêmeas (45,8 por cento). Na displasia coxofemoral, 67,9 por cento dos cães tinham idade entre 2 e 12 anos e a raça de maior prevalência foi o Pastor Alemão (21,6 por cento), seguida pelo Rottweiler (17,2 por cento) e Labrador (11,2 por cento), sendo que os cães sem raça definida compreendiam 15,7 por cento do total. Dos casos de luxação patelar, 89,6 por cento foram classificadas como medial, com 36,2 por cento pertencentes à raça Poodle, 16,4 por cento sem raça definida e 12,9 por cento da raça Pinscher. A ruptura do ligamento cruzado foi mais observada naqueles das raças Pit Bull (14,4 por cento), Boxer (11,5 por cento), Poodle (10,6 por cento) e Rottweiler (10,6 por cento), com 29,8 por cento do total sem raça definida. Quanto à idade, 62,5 por cento deles tinham menos que 7 anos. A causa principal da fratura da pélvis foram os acidentes automobilísticos (89,2 por cento), sendo 52,0 por cento dos cães com idade menor que 3 anos e 45,1 por cento machos. Em 86,3 por cento dos casos, a pélvis estava polifraturada. Das luxações coxofemorais, 57,1 por cento foram associadas a atropelamentos, com idade de apresentação variando de 2 a 18 anos, e maior prevalência nos cães sem raça definida (44,3 por cento), seguido pelos da raça Poodle (32,9 por cento). Baseado nos dados obtidos, foi possível concluir que, na população estudada, em ordem decrescente, as doenças ortopédicas mais prevalentes foram: fraturas por acidentes automobilísticos, displasia coxofemoral, luxação de patela medial, ruptura do ligamento cruzado cranial, polifratura da pélvis e luxação coxofemoral traumática.
The aim of this study was to characterize the orthopedic diseases of the hind limbs in dogs examined at the Veterinary Hospital of the School of Veterinary Medicine and Animal Science, Univ Estadual Paulista (UNESP) - Botucatu (São Paulo - Brasil), during a period of 7-years. A total of 889 dogs were evaluated: 31.9 percent had fractures of the long bones, 15.1 percent hip dysplasia, 13 percent medial patellar luxation, 11.7 percent cranial cruciate rupture, 11.5 percent multiple pelvic fractures, and 7.9 percent hip dislocation. The low-prevalence disorders (4.4 percent, n=39) were tibiotarsal and tarsometatarsal luxations, avascular necrosis of the femoral head, osteomyelitis and bone tumors, among others. Fractures of the tibia/fibula (14.5 percent) were more common than femoral fractures (14.2 percent), and males (54.2 percent) were more affected than females (45.8 percent). Considering the dogs with hip dysplasia, 67.9 percent were aged between 2 and 12 years, and the most common breed was the German shepherd (21.6 percent) followed by Rottweiler (17.2 percent) and Labrador (11.2 percent), while the mixed-breed dogs were 15.7 percent of total. Of the dogs with patellar luxation, 89.6 percent had medial luxation, and 36.2 percent were Poodle, 16.4 percent were mixed-breed and 12.9 percent were Pinscher. Cranial cruciate rupture was observed especially in Pit Bull (14.4 percent), Boxer (11.5 percent), Poodle (10.6 percent) and Rottweiler (10.6 percent) dogs, and mixed-breed dogs constituted 29.8 percent of the total. According to the age, 62.5 percent of them had less than 7 years. The most important cause for pelvic fractures was motor vehicle accidents (89.2 percent), being 52 percent of the dogs less than 3 years old and 45.1 percent of them were males. In 86.3 percent of the cases there were multiple fractures of the pelvis. Considering the dogs with hip dislocation, 57.1 percent of the cases were associated with motor vehicle accidents. The age ranged from 2 to 18 years, with high prevalence in mixed-breed dogs (44.3 percent), followed by Poodles (32.9 percent). In conclusion, the most often orthopedic diseases in decreasing order of occurrence were fractures of the long bones, automobile-induced; hip dysplasia, medial patellar luxation, cranial cruciate rupture, multiple pelvic fractures, and traumatic hip dislocation.